Cada dia que passa são mais 24 horas, 1440 minutos e 86400 segundos de uma dor evolutiva que desenvolve cada vez mais a todo o instante que a minha consciência e pensamento me relembram para este dito dia da maldição do nosso destino, que chega dentro de breves 4 dias.
4 dias é tudo o que resta, 4 dias é tudo o que me sobra para me despedir do Meu pai. Eu não consigo encaixar esta ideia, e não vou conseguir encaixar-me numa rotina e numa vida na qual a peça mais importante, o meu ponto de abrigo, a minha luz, o meu confidente, o meu melhor amigo, o meu guia, a pessoa, a única pessoa, que me entende e que me ama independentemente da situação em que nos encontramos e incondicionalmente, está a faltar, partindo para uma nova vida, no outro lado do oceano.
Ele é aquele que, mesmo numa auto-estrada, abraçados à chuva e ao frio que nos envolvia, às 23h da noite, fugindo aos possíveis desastres e erros que nos torturavam e assombravam a vida, me fazia sentir em casa. Porque é protegida pelos braços do meu pai, sentindo o calor do seu corpo, o beijinho de segurança que me dava, e as suas palavras de um sofredor tão sábio, que eu diria, sem pensar uma única vez, que é a minha casa. É onde eu devo e deveria sempre estar.
Mas em 4 dias já lá não estarei.
Para onde é que eu vou? Para onde é que me posso virar?
Sinto as lágrimas correndo o meu rosto, sem terem mais onde cair, onde mergulhar. E eu, eu mergulho para um futuro que não tem asas, que não faz a minha imaginação florescer e que não me incita, não me atrai.
Um futuro que me humilha, que me provoca medo, que me faz querer cair num canto e não ter que constatar dos pesos que carrego e que nem por sombras sei como conseguirei libertar-nos deles, está mais presente que o próprio.
Pai... Só lamento por tudo aquilo que nos fez sofrer, que nos magoou e que ainda é uma ferida por cicatrizar, por tudo aquilo que ainda vai deixar marca, por tudo aquilo que nos atormenta o sono.
Pai... Só necessito que entendas que o amor que sinto que por ti é um que não há igual, que é eterno, forte e que só com ele e com aquele que me retribuis me tem mantido firme, fiel a essa vida construída à base de injustiças. E que entre elas, a única justiça que eu sei que prevalece, que existe, é o facto de eu reconhecer que tens o meu coração sempre contigo, quer seja o caminho que tomes, quer sejam as opções que te guiem e que oceano não o vai perder, muito menos fazer-se esquecer. Porque somos infinitos, ou minimamente sentimo-nos, por agora, como tais.
Biaa
Chorei a meio :s
ResponderEliminarMuita força, serio.
Beijinho*
Aproveita ao máximo estes quatro dias querida e não tenhas medo do futuro, é hora de reunires forças para os tempos que se avizinham! Sei que é difícil, mas precisas mesmo de arrebitar, se precisares de desabafar conta comigo! Muita, muita força*
ResponderEliminarÓh fofinhaa! Tens que ter muita força. Desejo-te toda força do mundo <3
ResponderEliminarr: obrigada pelo comentário Bia :))
ResponderEliminarJá sabes o que penso acerca do que escreves: comovente, verdadeiro, sentido.
ResponderEliminarForça Biaa, muita força.
Aproveita estes últimos dias para que as recordações sejam as melhores!
Segundo esta publicação, o teu pai vai embora hoje, certo?
ResponderEliminarVê se te aguentas Biaa, qualquer coisa estou aqui...
Não é fácil, mas tens de ser forte. Se precisares podes contar comigo ;)
ResponderEliminarhttp://meandtheworldbysky.blogspot.com/